segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Aquela Senhora [SÉRIE - CONTOS] - 2

Oi pessoal!
Desculpem pela ausência, tive problemas com a plataforma e só consegui acesso nesse final de semana! :/
Por isso, deixei para escrever no blog hoje que é o dia oficial da série.
A ideia é postar toda segunda um trecho do conto e na última semana, quem quiser ler o final da história, pode adquirir por um valor simbólico. Pulei duas semanas pelo problema com o blog, mas como eu me adiantei em uma semana nesse mês (postei no final de janeiro), ficamos apenas uma semana em atraso.
Vou postar agora o trecho da semana passada e quarta-feira posto o trecho dessa semana. Quem quiser ler o final (disponível na próxima semana) pode me pedir por e-mail e mediante depósito de um valor simbólico eu o envio por e-mail.
Bom, vamos lá!

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Em casa naquele dia eu não conseguia parar de pensar no que havia no ocorrido.
Que senhora estranha! Como ela sabia que eu deveria me atrasar um pouco mais para chegar ao colégio?
Tentei estudar, em 3 dias eu teria prova de geografia. Fiquei uma hora tentando me concentrar nos livros e matéria anotada em meu caderno. Se eu tive 20 minutos de aproveitamento foi muito!
Não sei porque estava tão desconcentrada e pensando tanto no que havia acontecido. O fato de alguém fazer o que fez na escola me chocou e muito, mas aquela senhora me chamava ainda mais atenção. Ela tinha algo familiar que eu não conseguia compreender.
Eu deveria estar muito fora de mim, porque até minha mãe notou. Não precisava de muito para ela notar que algo estava diferente, afinal, é mãe. E na hora do jantar, estávamos eu e ela sentadas à mesa, meu pai viajava à trabalho (como na maioria das vezes) e meu irmão mais novo estava passando a semana na minha avó paterna.
- O que foi filha?
- Nada mãe.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não mãe...
- Você mal mexeu na comida. Está com o olhar distante. É pelo que aconteceu hoje no colégio?
- É... mais ou menos...
- Fiquei muito preocupada quando a escola ligou. Pensei que algo poderia ter acontecido com você. Me senti muito mal. Precisei até tomar remédio.
- Sinto muito mamãe. Você parecia tranquila...
- Tenho que parecer filha, mesmo quando não estou. Fui te buscar correndo e com o coração na boca!
- Está tudo bem mãe.
- Filha, pode me falar qualquer coisa. Converse comigo.
- Eu fiquei sim meio abalada. Mas...
- Mas?
- Hoje de manhã antes de ir pra escola eu vi uma senhora...
- Ela te fez alguma coisa?
- Não! Ela só era meio estranha.
- Estranha como?
- Sei lá... falava de aura.
- Aura? O que ela disse?
- Que era muito bonita. Prata azulado.
- Ai filha, essas pessoas dizem muitas bobeiras.
- Você não acredita em aura?
- Sei lá Júlia... só acho que não tenho tempo para essas coisas.
- Ela não queria me deixar sair.
- Como assim? Ela fez algo com você?
- Não mãe. Ela ficava puxando assunto e eu com medo de ser indelicada ouvia. Ela disse que meu caminho é muito bonito.
- Júlia, você não deve dar atenção a estranhos.
- Eu sei mãe. Foi coisa de segundos. Eu parei porque estava muito cansada, dormi muito pouco e minhas pernas pesavam toneladas!
- Desculpe você andar alguns quarteirões filha. Amanhã eu te levo até a porta da escola. Depois do que houve hoje não quero mais errar com nenhum de vocês.
- Tudo bem mãe! Você precisava levar o Léo na vovó e ir trabalhar. A senhora disse que a escola poderia esperar. Quando ameacei sair ela disse se poderia ver a minha mão e eu disse que não e saí.
- Fez muito bem. Eu sei que é uma senhora, mas a gente nunca sabe o que pode acontecer.
- Parecia que ela queria me atrasar mãe.
- Como assim?
- Parecia que ela sabia o que ia acontecer e que estava tentando me salvar. E foi o que aconteceu. Se ela não tivesse conversado comigo e insistido para que eu a ouvisse, eu estaria lá na hora do atirador!
- Meu Deus!
- Ela me salvou!
- Será filha? Não foi uma coincidência?
- Não sei... eu tenho a impressão que a conheço de algum lugar.
- Bom, o importante é que você está bem e a partir de amanhã te deixo na porta da escola. Combinado?
- Combinado.
- Agora coma a sua comida, depois lave a louça. A mamãe vai tomar um banho pra daqui a pouco a gente dormir. Você está dormindo muito mal ultimamente! E eu também!
- Tá bom.

Eu comi um pouco, mas não tinha fome. Pouco depois fui me deitar. Queria descansar, desligar a cabeça, esquecer tudo que havia acontecido.
Consegui dormir só meia hora depois de deitar. Tive pesadelos horríveis.
O atirador era como um monstro horroroso. Pessoas corriam desesperadas no saguão do colégio e a senhora estava no portão de entrada do saguão. Uma luz azul muito forte saía dela. Seus olhos pareciam imãs que me olhavam fixamente. Eu sentia uma energia muito forte vindo dela, como se pudesse me proteger. Nesse momento dei um pulo, acordei assustada com o celular despertando. Eu estava suada. Nunca suava, nem mesmo quando fazia atividade! Aquele mistério todo do dia anterior estava me deixando louca!
Era hora de levantar. Tomei um copo d'água e fui tomar banho. Parecia que eu estava com febre.
Minha mãe me viu e me achou muito abatida. Mediu minha temperatura. Achou melhor eu não ir à escola e ligou no seu trabalho para avisar que trabalharia em casa, pois eu estava mal e se piorasse me levaria ao hospital.
Eu não gostava de faltar da escola, mas até que gostei da ideia. Meu corpo estava moído e minha cabeça rodava.
O que estava acontecendo comigo? Nem foi algo tão chocante assim o que havia acontecido no outro dia. Por que até febre eu tinha?
Passei esse dia deitava, vendo tv, mas em boa parte dele eu li sobre várias coisas. Sobre aura, leitura de mãos.. espiritismo, espiritualismo. Nem sei o que me levou a pesquisar isso tudo. Só sei que precisava de respostas e quanto mais eu pesquisava mais eu queria saber, mais eu ficava intrigada.
Já era a noite. Entrei no último site. Algo me atraiu para ele. Fui rolando a barra e lendo as matérias, até que encontro uma foto...
Eu não acreditava no que estava vendo! Meu coração palpitou na hora!
Aquela senhora... aquela senhora de ontem, era a mesma senhora da foto!



[continua]

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