Oi pessoal!
Essa é a penúltima parte do conto. Quem quiser saber o desfecho final me envie e-mail para os endereços grecco.gabriela@hotmail.com e grecco.gabriela85@gmail.com, que por um valor simbólico eu envio o final.
Espero que estejam gostando :)
.
.
.
Fiquei em choque. Era a mesma mulher! Com a mesma idade, a mesma aparência! Só não estava com a mesma roupa. O site dizia que ela era uma espécie de guru, guia, sei lá o quê! Era terapeuta, médium e responsável por um espaço holístico em Minas Gerais. Esse espaço tinha palestras, estudos, atendimento para pessoas com doenças físicas e psicológicas.
Mas, como eu havia visto essa senhora na minha frente???
Li mais sobre ela no site. Ela era muito importante na sua área. Nasceu em 1930 e morreu em 2010!
Oi??? Morreu em 2010???
Como eu havia visto ela em carne e osso (pelo menos eu achava) na minha frente?!
Meu coração palpitava. Não acreditava no que estava lendo. Pesquisei sobre ela no google, entrei em vários sites e todos diziam que ela tinha morrido em 2010!
Eu vi um espírito? Eu nem acredito em espírito!!!
Minha mãe não acredita nessas coisas, aliás ela tem até raiva disso tudo e eu também nunca acreditei.
Mas se era um espírito mesmo, por que ela veio falar justo comigo?!
Ela foi uma pessoa importante, então devia ser um espírito importante também. O que queria comigo???
Continuei pesquisando sobre Espiritismo. Li vários artigos, sites, vi vários vídeos sobre. Era tudo muito interessante, como eu nunca tinha lido nada a respeito?
Já estava ficando tarde e minha mãe já tinha me dado bronca para tomar banho e dormir. A minha febre parece que tinha piorado. Depois de ir tomar banho, quase arrastada pela minha mãe, me deitei e conversei com ela que estava no quarto comigo.
- Mãe
- Oi?
- Eu fiz umas pesquisas...
- Sobre o quê?
- Sobre leitura de mãos... espiritualismo... espiritismo...
- Por que filha?
- Porque fiquei curiosa depois daquela senhora falar sobre aura e sobre ler minha mão.
- Júlia, esqueça isso filha.
- Mãe, me escuta.
- Ta... (disse incomodada).
- Fui lendo e pesquisando e achei algo (peguei meu notebook na mesa de cabeceira). Olha (descendo a página do site até a foto da mulher). É ela mãe. Essa é a mulher que eu vi.
Minha mãe não queria ver, olhou meio sem interesse. Quando ela viu a foto da senhora a sua face transfigurou. Seus olhos arregalaram, sua boca tremeu e ficou branca.
- Mãe, o que foi?
- Onde você encontrou isso?
- Em um site espiritualista. Mãe, por que você está assim?
- Não é possível.
- O que foi mãe?
- Deve ser coisa da sua cabeça. Impossível você ter visto essa senhora (disse levantando da minha cama com a mão na cabeça e abrindo o outro braço, gesticulando).
- Você a conhece?
- Não... sim...
- Que é ela mãe?
- Como você achou isso?
- Não sei... uma pesquisa levou a outra e me levou a esse site!
- Impossível você ter visto essa mulher!
- Por que mãe?
- Porque...
- Ela está morta?!
Ela ficou sem reação, os olhos esbugalhados olhando para mim.
- Isso é impossível! Eu não acredito nisso!
- Mas eu vi mãe! De onde você a conhece?
- Pessoas mortas não aparecem pra gente Júlia!
- Eu pesquisei muito! Não acreditava também, mas estou começando a acreditar.
- Não Júlia! Não aparecem (ela estava alterada, incrédula e nervosa).
- Calma mãe. Por que você está tão nervosa???
- Por nada... (disse balançando a cabeça com a mão na boca, olhando pra baixo). Filha, você precisa descansar, vou pegar o remédio para baixar sua febre.
- Mãe me fala de onde você a conhece.
- Eu não conheço!
- Conhece!
- Foi só porque vi que ela está morta.
- Não mãe, eu só te mostrei a foto! Não disse que estava morta e você não leu isso ali.
- Júlia, você precisa dormir. Amanhã tem escola e você tem que melhorar.
- ME FALA MÃE (Aumentei um pouco o tom de voz)
- Ela é a sua avó!
Ela disse isso gritando, caindo de joelhos no chão e com lágrimas rolando rápido pelo seu rosto.
- Mãe (a levantei rapidamente e ajudei a se sentar na minha cama)! Como assim minha avó?! Minha avó mora há 10km daqui!
- Ela é a sua avó de sangue... (disse triste).
- O quê?
Eu não sabia o que falar naquele momento e fiquei só olhando a minha mãe. Ela começou a chorar ainda mais, colocou o rosto no meu ombro. Eu nem sabia o que dizer... só passei a mão em seus cabelos. Minha cabeça estava confusa. Já me questionava o que havia acontecido e agora saber que minha mãe era adotada e que aquela senhora era o espírito da minha avó!
Era muita informação de uma vez só. Minha mãe chorava como uma criança. Eu nunca tinha presenciado algo assim. Ela que sempre foi uma pessoa tão forte, estava totalmente vulnerável naquele momento.
- Você quer falar sobre isso agora?
- Não...
- Posso dormir com você na sua cama?
- Pode filha... amanhã conversamos.
E saímos do meu quarto para o quarto dela. Ela foi tomar banho e eu fiquei na cama com a cabeça a mil.
Esperaria o dia seguinte para esclarecer tudo. Agora eu só podia apoiá-la.
Essa história era ainda mais misteriosa do que eu imaginava e pelo visto eu tinha aberto uma caixa obscura para a minha mãe. Não sabia o que dizer, o que esperar e o fazer.
O dia seguinte diria como tudo seria. Agora só nos restava dormir. Se é que a gente conseguiria dormir...
[continua]
Nenhum comentário:
Postar um comentário