Todos os dias eu vejo a mãe e seu filho, com deficiência mental, atravessarem a rua, andarem pela vizinhança, pra lá e pra cá. Ele, que não tem tantos entendimentos que nós temos, mas que certamente tem outros que nós não, está sempre com um sorriso no rosto; sorriso inocente, infantil, sincero! E o que mais me chama atenção é a tranquilidade que seu olhar e energia passam.
O Espiritismo diz que encarnamos em tais condições como uma forma de desenvolver o que temos que ser desenvolvido; expiar faltas, mas sobretudo ter oportunidade maior de evolução.
Será que precisamos passar por situações como essa ou ainda somente ser criança pra agir de maneira que não agiríamos normalmente?
Quando a gente é criança, o natural é não se preocupar com muitas coisas e simplesmente SER. Ser como queremos, sinceros, mais felizes, menos carrancudos e preocupados.
Nas duas situações não somos julgados como normalmente se julga um adulto que age assim.
Eu sempre vejo esse menino. Que depende de todos pra fazer tudo. Que é amado profundamente. Vejo seu sorriso, sua dificuldade em andar, em exercer movimentos que nós fazemos até de forma banal. Quem já dependeu de alguém pra fazer coisas tão simples do dia a dia sabe como é difícil não ter sua própria independência; parece que nos falta individualidade, mas tudo isso é uma armadilha do nosso próprio ego. Deveríamos agradecer por ter quem cuide de nós, pela vida que temos, mas ao contrário disso reclamamos e queremos logo voltar pra nossa situação habitual... às vezes não voltamos mais a ser como antigamente... mas ainda assim devemos agradecer!
Eu vejo todos os dias os cuidados dessa mãe e do seu companheiro com seu filho. O amor! Me emociona todas as vezes. Me dá uma sensação estranha por dentro, uma esperança e comoção diferentes.
Alguém já parou pra pensar o quão angustiante pode ser para um espírito passar por isso e não ter como fugir? Como a maioria de nós faz em tantas situações difíceis.
Mas apesar disso tudo, ele SORRI!
BOM DIA!
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