E de uma hora para outra
Os olhos voltam a exergar
Voltam a espreitar
Voltam a viver
Olhos díspares
Olhos fugazes
Olhos sagazes
Olhos que às vezes ficam despercebidos
Na escuridão
Na ilusão
Na Ira de não querer ver
Olhos que são a janela da alma
Olhos que olham com calma
Olhos que se fazem presentes
Às vezes, por algum tempo ficam ausentes
Querem se cegar
Querem enganar
Fugir da capacidade que lhe é dada
Por muito tempo com pálpebras fechadas
Outros sentidos se aguçam
E quando elas resolvem acordar
Não há nada a temer
Nada a falar
Somente sentir o que todo o corpo diz
O que ele sempre quis
Mas que por algum motivo se desviou
Os olhos, assim como o corpo, falam
Os olhos exalam
Os olhos se fazem presentes
Para um coração ausente
Um coração fascinado
Um coração perturbado
Eles podem ocultar a verdade
Podem se ausentar de sinceridade
Ou até machucar
O certo, é que nascemos para olhar
E não pensemos nos olhos comuns
Nos olhos físicos
Mas sim, nos olhos intuitivos
Que aí estão para auxiliar
Que estão para guiar
E para nos fazer acreditar
Acreditar no que vale a pena
Acreditar no real
Acreditar, quem sabe, no irracional
Mas com a abertura para a qualquer momento mudar
Para não mais enxergar
Para ver de outra forma
Afinal, o sábio sempre duvida
O idiota sempre acredita
E olhos sempre veem!
Gabriela Grecco
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