Encontrei uma forma de postar no blog aqui em Conquista-MG, vim numa lan house. A fisioterapia da minha irmã deu mto resultado em apenas 3 dias! Médico idiota que achou que eu ia me recuperar sozinha, tinha até o perigo de ficar com o joelho pra sempre meio dobrado! E a dor e a qualidade de vida então?! Nossa, estou bem melhor...
Mas, como estou tendo mais tempo que antes, pois minha vida estava totalmente atribulada e preenchida, estou lendo muito.
Eis que o capítulo 5 - Vamos Acorde - daquele livro - Ética para meu filho, de Fernando Savater - me fez pensar e escrever muito. Começo então meu texto diante de tudo que li no livro, vi na tv escola naquele dia, de tudo que já li e vi e na minha curta experiência.
Coisas ou Seres Humanos?
Muitas pessoas não se contentam em tratar somente as coisas como coisas, mas também os Seres Humanos. Com isso, dão brecha para que elas próprias sejam assim tratadas. Temos inúmero exemplos: como pessoas que enfatizam e glorificam gente que represente o nome de companhias, ONGs ou seu próprio nome, sendo uma espécie de número ou propaganda, ou seja, a imagem dos citados é tida como uma coisa; neste momento aquela pessoa que foi "lembrada" serve apenas para promover o nome ou trabalho de alguém. A educação que hoje se transformou em indústria e tem seus alunos como coisas, apenas números que engordam o faturamento. Muitos que saem beijando 5 em uma noite ou transando com 10 no mês, usufluem de corpos para que seu prazer pessoal seja satisfeito; aliás nem precisa exagerar nos números, pra mim quem beija um por semana já é um bom exemplo de como trata os outros e si próprio como coisas. Outros enchem seus pretendes ou amantes de presentes, tentando dar coisas à coisa, tentando manter essa coisa com medo de que ela se vá, tentando comprá-la. Na mídia, a vida das pessoas vira manchete e até seriado (como o caso Isabela), elas passam então a não ter vida própria, o que essa mídia fala define como devem viver; é a liberdade roubada, escancarada e estilhaçada - quando as coisas não funcionam com deveria, alguns pagam para que algo seja feito!
O que nos torna humanos são as relações humanas, é o contato (de Ser Humano) com outros humanos.
Muito se fala de pessoas com posses que acreditam possuir tudo para viver, inclusive "possuir" pessoas. Mas pouco se fala daqueles que acham que somente seus ideais, seus conhecimentos intelectuais, suas lutas pessoais, sua visão política, bastam para viver. Sejamos então realistas, lutas, visões, conhecimento e ideais de nada adiantam sem o exemplo e o relacionamento humano, sem que as pessoas sejam tratadas como pessoas, organismos vivos, pensantes, com sentimentos e histórias. Deixe que as coisas sejam tratadas como coisas, pois seu papel é nos dar tudo aquilo pelo qual foram criadas; diferente dos seres humanos, ilimitados e imprevisíveis.
É engraçado como ferramentas (coisas) criadas para nos aproximar são utilizadas pela maioria de nós para que continuemos a ser coisas; como Orkut, twitter, facebook, etc. Engana-se quem acha que ali tem o essencial para a vida, amigos, prestígio, amor... Piadas, números, fotos, vídeos, tem mais importância que o que somos essencialmente. Alguns ficam o dia todo escrevendo fatos, histórias, indignações, mas não se curvam 5 minutos para mostrar-se realmente humanos e lhe dar com a realidade (a dor real, a solidão real, a injustiça real). Vou exemplificar, é mais fácil noticiar algo distante, que o próximo, é mais fácil responder à piadas e pensamentos, do que à tragédia com alguém próximo. Por traz de alguém que busca a revolução, há os problemas familiares, as preocupações cotidianas, mas isso ninguém tem coragem de colocar como frase no orkut ou twitter. É a hiprocrisia constante da preocupação com a fome na África, mas a grosseria e covardia dentro do lar! E sabe por quê? Porque o distante não exige que sejamos humanos, nos permite que tratemos o fato e as pessoas como coisas, notícias. Não nos importar com o companheiro, vizinho, irmão, tio, amigo, colega, etc, é tratá-los como coisas também; lhes dar um bom dia, boa sorte e obrigada, nos faz sermos Humanos e talvez não queiramos isso, porque ao tratar o outro como Ser Humano temos duas possíveis consequências: ou somos rejeitados ou tratados como Seres Humanos.
Sabe o que eu penso realmente? Não generalizando, mas para a maioria de nós sermos rejeitados não é um problema, nós gostamos, afinal, infla nossa autopiedade. Nosso medo é sermos tratados como Seres Humanos, pois adoramos ser tratados como COISAS.
Gabriela Grecco
16/04/10
Puxa Gaby, bem forte o texto. Alias, bem real (talvez por isso seja forte).
ResponderExcluirAcho que somos a 'geração fast food'. Queremos tudo muito rápido, em grande quantidade, e isso tira a qualidade dos relacionamentos, sejam eles quais forem.
Estava conversando mais ou menos sobre isso com uma amiga no sábado. Queremos as coisas muito rápido e esquecemos de apreciar os momentos pequenos, os pequenos gestos. Ficamos com preguiça de construir relações com calma, aos poucos. Pq leva tempo né? Mas acho que queremos tudo ao mesmo tempo e agora.
E nem estou falando pelos outros, falo por mim. Tenho que parar e prestar atenção se eu estou fazendo isso. E a resposta é dura: erro muito, tenho muito o que melhorar. Preciso me focar nas coisas mais importantes da vida, que são as que vc citou e vive dizendo por aqui, que é o amor, o carinho, respeito, etc. È que o mundo gira tão rápido hoje em dia que a gente se perde. Mas isso não pode acontecer. E é sempre bom alguém nos lembrar disso, de tirar o pé do acelerador e ir mais devagar, apreciando a paisagem.
Valeu anjo!
Bjs
Que legal tudo isso que você falou!
ResponderExcluirAcho que o intuito de tudo que escrevo aqui e de tudo que vivemos em nossas vidas, é trazer pra nós como é nossa relação com essas coisas. E isso não é algo que vem em duas horas, um ou dois dias, é algo que precisar ser assimilado e degustado por nós com o tempo.
Concordo plenamente com a geração fast food: rápido, prazeiroso superficialmente e nada nutritivo, inclusive entope nossas artérias e faz o corpo funcionar super mal. Bela colocação.
Que bom que o blog faz alguém refletir sobre isso. Os corações preparados são atingidos e as consciências despertas aguçadas!
Eu que agradeço viu! Seu comentário acrescentou muito!
Bjo anjo!
Meu vizinho, que vejo muito pouco, até hoje trocamos poucas palavras, chegou para meu pai semana passada para perguntar o que tinha acontecido comigo e para se oferecer pra nos ajudar no que fosse necessário!
ResponderExcluirMinha cabelereira, que tiro sobrancelha e corto o cabelo há 7 anos, vejo no máximo 2 vezes ao mês, também se ofereceu no que fosse necessário, pra o que tivesse que fazer aqui em casa, limpar, cozinhar, etc...
Fora algumas pessoas distantes, como a Drika que escreveu aí acima e se mostrou prestativa e preocupada; pouquíssimos amigos e a família mais próxima.
ISSO É SER HUMANO! ISSO É TRATAR OS OUTROS COMO HUMANOS!
Há mais pessoas ruins e mesquinhas do eu imaginava, mas há tantas humanas e sensíveis que eu jamais imaginaria que fossem!
Continuo a acreditar no Ser Humano, continuo a acreditar em mim. No dia em que não acreditar em ninguém, quer dizer que a fé em mim se foi
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