segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Poucos dias de uma alegria doce e intensa!

Um miadinho fino e que clamava desesperado por ajuda me chamou a atenção. Me desloquei até o portão, estava chovendo um pouco, e lá encontrei a coisinha mais doce que poderia encontrar. Um gatinho. Tão novinho, tão novinho! Que um dos meus primeiros pensamentos foi "quem foi o monstro que o desmamou tão cedo?!"
Sem pensar, peguei uma toalha e comecei a secá-lo; estava encharcado e tremia desesperadamente. Embrulhei-o com carinho na toalha, coloquei-o no meu colo e fiz carinho para que ele se acalmasse. Prometi protegê-lo. Seus olhinhos fitados aos meus, pareciam agradecer. Continuei a fazer o que estava fazendo frente ao computador, uma mão no mouse, a outra segurando o "pacote de gatinho"; só assim colado ao meu corpo ele dormiu.
Era muito novinho, devia ter umas duas semanas e fora tirado da mamãe. Liguei para o Marcos comprar leite quando viesse pra casa, tinha que alimentá-lo. Ele curioso me perguntou porque; já que não tomo mais leite, ainda mais desnatado (a veterinária recomenda leite desnatado aos animais, os outros fazem mal); não disse o motivo.
Como era de se esperar, quando ele chegou, ficou todo surpreso e feliz com a novidade. Sentiu pena pela situação do gatinho tão novinho alí abandonado. Seus olhos, acima de tudo, transpareciam felicidade pelo novo integrante. Sorte que ele encontrou, ou foi colocado, no lugar certo!
Fizemos um local para ele dormir, todo cercado lá no fundo.
Estava com o olhinho direito todo machucado, cheio de secreção e não conseguia abrí-lo. Mas nada que bons cuidados não curassem! Dois dias depois ele já estava com os dois bem abertinhos e espertos.
Como era de se esperar, ficamos preocupados com os dois gatos e a cachorra que temos aqui. Os gatos não foi problema, Dionisão tinha até medo do gatim.... mas a Nina (nossa cachorrinha), essa deu trabalho! Queria brincar com o gatinho do mesmo jeito que brinca com o Dionísio, aquele gatão de mais ou menos 6kgs e que em pé dá quase metade do meu corpo!
Durante esses 4 dias (mais ou menos) a casa ficou mais feliz! Uma nova vida habitava aqui, mesmo que temporária. Íamos levá-lo na quatro patas, já que seria difícil manter mais um bichinho aqui (na verdade, eu estava conversando com o Marcos a possibilidade dele ficar com a gente). Ele aprendeu a andar, correr, indentificar nossas vozes e sair saltitando em busca de um de nós dois (às vezes ficava correndo de um lado para o outro quando me ouvia aqui e o Marcos acolá, rs).
Como dizia, a casa estava mais feliz! Um bebê fazia parte do lar! Os miadinhos doces, as investidas em nossos pés e pernas, eram atos tão fofos, que nos deixavam bobos sempre que acontecia! Ele sabia do nosso amor para com ele e era extremamente grato por tudo que estávamos fazendo. Além disso, tinha a dependência, fora tirado muito cedo da mamãe e irmãozinhos. Era um grude só! Extremamente carinhoso e carente, procurava a todos os instantes nós dois, quando não podíamos dar atenção se encostava na Nina, mas não se sentia satisfeito e logo se grudava em nós. Só dormia rápido e calmamente no nosso colo! Como era fofo!!!
Hoje, aliás, ontem (domingo), pois estou na madrugada de domingo pra segunda, ele estava miando mais que o habitual. Eu já havia notado há 1 dia que seu pescocinho estava machucado e seu rostinho inchado. O rostinho estava melhor ontem, mas o pescoço havia piorado. Seu miado era estridente, alto, sofrido. Demos leitinho pra ele, várias vezes, como fazíamos há dias...
Ele dormiu no colo do Marcos, disse para ele deixar dormir assim, pois estava meio agitado, não parava de miar. Antes do Marcos ir dormir, disse para levar o gatinho pra cama com ele, colocar ele em cima do edredon ao seu lado. E ele o fez (era meia noite e meia). Eu disse que o colocaria no fundo quando eu fosse dormir.
Eu fiquei aqui na internet e escrevendo no computador como geralmente faço. Por volta das 3 da manhã (agora são 4:15), o Marcos saiu do quarto, com o gatinho no colo, pensei que fosse colocá-lo na sua casinha, mas sua expressão era a pior possível. Eu desesperada disse:

- O que aconteceu? O que foi? O que foi?
- Ele morreu...

Bom... nem preciso descrever minha tristeza e desespero né? Eu chorei demais... eu não acreditava! Ainda não acredito. Estava tão feliz por ter mais uma nova vida em casa! Mais alegria! A casa estava uma loucura no domingo, com gato miando, cachorra correndo atrás de três gatos, Dionísio correndo da Nina... disse que tava ficando maluca, mas eu estava realmente feliz! E ele me fazia mais feliz, porque além de amar ajudar e salvar vidas, eu realmente amo vidas! Amo gatos, amo cachorros, vaquinhas... etc...
O Xanim era meu mais novo amor! Nunca vi entrega como a dele em qualquer outro animal! To falando sério... e olha que entendo de animais! O Dionísio mesmo que tanto se entrega, que eu peguei no bueiro, não era assim...
Eu estava feliz por ele estar conosco e nos dar mais alegrias. Por poder ajudá-lo. Por ele ter "encontrado" nossa casa. E pensava que aqui ou em outra casa, ele havia de fazer alguém muito feliz.
Mas, nós pecamos em alguma coisa e ele se foi. Não sabemos o que aconteceu, mas desconfiamos. Deve ter sido uma sequência de fatores.
Enfim, eu espero poder ter dado à ele momentos felizes como ele me deu!
Adeus Xanim!

*A quem acha isso tudo uma baboseira e não acredita nesse tipo de amor e entrega, eu sinto muito!

Gabriela Grecco DEZ/09

2 comentários:

  1. Não acho que pecaram em nada, nem pensa assim. Vocês fizeram o que estava ao alcance, mas infelizmente tem coisas que não temos como controlar. O mais importante é que ele encontrou vocês e foi muito amado.

    Drika

    ResponderExcluir
  2. Obrigada linda!
    Espero que ele tenha sido tão feliz qto nós fomos!
    ;)

    ResponderExcluir