quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Amor

Quero falar hoje de amor, principalmente amor pelo que se faz.
Há um bom tempo eu faço algo no qual eu amo muito, mas muito mesmo. Tenho imenso amor pelo que eu faço. Superei muitas coisas, fiz outras tantas pra estar onde estou hoje. Amo o exercício de atriz, o que ele me proporciona no trabalho diário, as superações, tudo o que podemos passar para as pessoas, mas acima de tudo a capacidade transformadora do teatro. Sempre falei muito do teatro e demais da peça que faço parte, mas nunca percebi isso, fui me dar conta agora, quando as pessoas me disseram. Agora notadamente que estou passando por tantas dificuldades, com a questão da minha mãe e que talvez eu tenha que tomar algumas decisões. Os que são bem próximos me diziam que eu falava sempre com muito amor do meu ofício, mas eu nunca percebi, fui me dar conta de verdade o quanto tudo isso é tão grandioso para mim agora. Eu sabia que é muito importante, mas é muito mais. Sabia que a peça que estou é extremamente importante pra mim, é um sonho desde o começo, mas é mais do que imaginava. Me dei conta disso agora, há uns meses.
Nos submetemos a tanta coisa somente por amor. Os casais que realmente se amam não se separam com as dificuldades, porque almejam estar juntos pra vida toda, porque se amam, se querem. Os que se separam, mas se amam, porém não vivem mais como um casal, mas sim somente como companheiros, amigos, fazem isso numa boa, sem raiva, rancor, fazem com amor, conversa, compreensão, sinceridade. Aqueles no qual tudo não passa do superficial podem até não desistir na primeira dificuldade, mas com certeza não irão longe na sua empreitada.
Sim, nós nos submetemos, nos subjugamos, nos superamos, ultrapassamos dores (físicas ou não), somos humilhados, engolimos muita coisa (principalmente nosso orgulho), deixamos de fazer tantas outras, por amor. No amor está contida a fé, o acreditar, a garra, a superação, a força de vontade. Quem está disposto a amar verdadeiramente o que faz ou às pessoas, está disposto a passar por várias intempéries e irá passar! Ah, irá! Porque o amor verdadeiro incomoda. E tudo que provém dele também! Mas chega um momento, que por amor a algo maior fazemos outras escolhas e seguimos outros caminhos, não por egoísmo, mas por amor.
Cristo foi muito sábio quando disse: Amar ao próximo como a si mesmo. Realmente, cada um ama ao próximo como si ama. Se só sente ódio, raiva, rancor, é porque sente isso de si mesmo. É preciso fazer primeiro consigo pra fazer com o outro.
Muitas pessoas enxergam tudo com maldade. Onde há um ato de amor, veem um ato de ódio; noutras um ato de resignação, elas veem como egoísmo. É tudo deturpado, transfigurado. Como culpá-las? Só falta amor.
É engraçado, mas é fácil enxergar quem faz tudo realmente com amor e principalmente o "nível de humanidade" de cada pessoa. Com o tempo nós vamos ficando cada vez mais experientes nisso.
Pode parecer bobo, ortodoxo, mas é a realidade. É amando verdadeiramente que chegamos a algum lugar. Só amando que nos mantemos nessa sociedade hipócrita e cruel, mas de pessoas boas também, poucas, mas com certeza "perdidas" por aí exercendo sua humanidade!

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